Trabalhos científicos e curtas-metragens produzidos por alunos têm noite dedicada às ciências humanas
“Vale nota? Melhor: vale a pena.” Com essa ideia na cabeça, 22 alunos do Ensino Médio embarcaram em um plano ambicioso: pensar “fora da caixa”, produzir conhecimento e, por fim, elaborar seu próprio artigo acadêmico. Os resultados desses trabalhos magníficos, que levaram meses e, às vezes, até anos para serem concluídos, foram anunciados na 8ª edição do Jardim das Humanidades, em novembro deste ano.
Iniciado em 2011 pelos professores das disciplinas de Sociologia e Filosofia, essa atividade tem por objetivo, segundo a coordenadora Maria Fernanda de Moura Reis, “transformar alunos em cidadãos com capacidade para realizar mudanças positivas na sociedade brasileira”. Além da professora Maria Fernanda, mestra em filosofia e educação, os estudantes são orientados pelos professores Guilherme Diniz da Silva (mestrando em filosofia) e Leonardo Siqueira Antônio (mestre em ciências sociais). Porém, o tema a ser estudado e o modo de abordá-lo são escolhas dos jovens pensadores.
Como ocorre em todos os anos, os melhores trabalhos foram apresentados pelos seus próprios autores. Os alunos Lucas Galvagna e Lívia Paes Andrade buscaram compreender a amizade entre meninos e meninas no artigo Azul e rosa — Infinitos roxos. Já Pedro Faria Makabe analisou dados coletados sobre médicos da saúde pública em seu texto A percepção médica sobre o SUS.
Lançando mão do projetor do Teatro Jardim São Paulo, a estudante Julia Cardoso Nystrom demonstrou os resultados de sua pesquisa — esta, aliás, teve a participação de nossos pequenos jardanenses em seu estudo sobre Os estereótipos de gênero nas profissões e seus reflexos no imaginário infantil. Encerrando as apresentações, Isabela Zampirollo Granado exibiu sua primorosa revista cultural, fruto do seu trabalho chamado A arte do feminino do antigo ao contemporâneo. Os demais pesquisadores do Jardim das Humanidades também estavam presentes e receberam certificados de participação.
Festival de cinema e exposição de fotografia
Aproveitando a noite dedicada à criação e ao protagonismo estudantil, o evento também incluiu o 7º Festival de Cinema do Colégio Jardim São Paulo, projeto também desenvolvido pelas disciplinas de Filosofia e Sociologia.
Competindo entre si em diversas categorias, como Melhor Atuação, Melhor Fotografia e, não poderia faltar, Melhor Filme, grupos de alunos da 3ª série do Ensino Médio assumiram o papel de cineastas e produziram diversos curtas-metragens. Com roteiros criativos e produções extremamente bem-elaboradas, as obras surpreenderam a plateia pela sua qualidade e dedicação.
Dentre os temas abordados pelos filmes estavam, principalmente, questões sociais pertinentes à atualidade, como agressão à mulher, bullying e homofobia. Após a análise criteriosa de um júri específico, cada turma vencedora do festival subiu ao palco e ganhou o Troféu Professor Paulo Meinberg — A Siriema.
No hall de entrada do teatro, a comunidade jardanense também pôde conferir a 2ª Exposição de Fotografia. As imagens foram geradas pelos estudantes e revelaram reflexões subjetivas sobre a vida cotidiana. Os trabalhos foram analisados levando-se em conta a crítica social, composição fotográfica e estilo estético.
Veja abaixo os participantes do Jardim das Humanidades e os indicados às premiações e vencedores do Festival de Curtas de 2018:
Trabalhos certificados
Alexia Marilia Monteiro —O espelho da feminilidade
Ana Júlia Thomaz da Silva — Análise das relações entre Alice no País das Maravilhas e ‘Stranger Things’
Arthur Angelini Camacho Ferreira — Gestão emocional
Brenda Leandra Almenara Sobreira — A importância de ‘13 reasons why’ para os jovens
Clara Carrero Castro Casetta — A busca pela felicidade
Emanuelly Ledo Silva — O espelho da feminilidade
Gabriel Beyer Carneiro — Desconstrução de estereótipos: drag queens, gêneros e preconceitos
Isabela Zampirollo Granado — A arte do feminino do antigo ao contemporâneo
Júlia Cardoso Nystrom — Os estereótipos de gênero nas profissões e seus reflexos no imaginário infantil
Leonardo Scalise Reis — Erotização na música brasileira: liberdade ou vulgaridade?
Leonardo Urbinati Nogueira — A adoção da tecnologia e o abandono dos filhos. Um estudo das relações familiares a partir do livro A sociedade dos filhos órfãos
Lívia Paes Andrade — Azul e rosa — Infinitos roxos
Lucas Galvagna — Os problemas do cinema nacional e Azul e rosa — Infinitos roxos
Luiza Beatriz de Souza Figueirôa — A violência contra a mulher e sua relação com o racismo
Luiza Farto de Camargo Fernandes — Violência obstétrica — Um recorte da violência contra a mulher no Brasil
Maisa Morangoni Pinto — A expectativa de utopia
Pedro Faria Makabe — A percepção médica sobre o SUS
Pedro Taipina Pinheiro Villanueva — Desconstrução de estereótipos: drag queens, gêneros e preconceitos”
Raphael Antunes Ferraz — O racismo contemporâneo e suas raízes no abolicionismo
Sarah Araújo Amorim dos Santos — Estrelas além do tempo: preconceito e globalização
Thiago Taipina Pinheiro Villanueva — A busca pela felicidade
Valentina Garcia de Victor — Apeshit: uma análise do negro na arte de elite
Curtas-metragens
Melhor Edição
- Em um piscar de olhos
- Num piscar de olhos
- Remetente
- Ubuntu (Vencedor)
Melhor Atuação
- Anesthesia
- Boteco de thanatos
- Enigma do futuro
- Na pele (Vencedor)
Melhor Roteiro
- Hicrocsia
- Não é não (Vencedor)
- Por trás das faces
- Vende-se (d)esse vida
Melhor Fotografia
- Desperte
- “Oi, eu, sou eu” (Vencedor)
- O mal do século
- Vale da loucura
Melhor Filme
- Advogado do diabo
- Cem vozes (Vencedor)
- Entre mundos
- Fidelidade