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Paulo Freire: conheça as principais ideias do educador mais conhecido do Brasil

Colégio Jardim São Paulo - 20 de janeiro de 2020

Quando se fala em educação no Brasil, normalmente, entram na discussão as ideias de Paulo Freire, pedagogo e educador brasileiro. Consagrado por criar um método de ensino que pensa na educação a partir de um ponto de vista crítico e autônomo, com o intuito de formar pessoas capazes de transformar suas realidades políticas e sociais. Autor de livros que ainda se mantêm atuais, o professor pernambucano nasceu em 1921 e, até seu falecimento em 1997, dedicou toda sua vida a melhorar a educação no Brasil. 

O grande destaque da carreira de Paulo Freire foi a criação de um método de alfabetização direcionado para adultos. Ciente dos altos índices de analfabetismo entre os maiores de idade da região nordeste, especialmente nas áreas rurais, o pedagogo desenvolveu um método de ensino da leitura que leva em conta o contexto em que o aluno está inserido. A intenção era aproximar o universo da educação à realidade dos alunos e, assim, proporcionar uma experiência de aprendizagem mais inclusiva e eficaz.

O plano foi colocado em prática pela primeira vez em 1962, no sertão do Rio Grande do Norte, em uma cidade chamada Angicos, onde aproximadamente 75% dos adultos eram analfabetos. Lá, cerca de 300 trabalhadores rurais foram ensinados a ler e a escrever a partir dessa metodologia em apenas 40 horas. O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos” e foi o combustível necessário para que as ideias de Freire se propagassem com rapidez em discussões sobre educação.

Técnica, prática e compartilhamento

O “método Paulo Freire”, aplicado em Angicos, se destacou por trazer para o centro do ensino objetos, termos e imagens que faziam parte do cotidiano dos trabalhadores. Assim, eram usadas projeções que exibiam imagens, de tijolos, por exemplo, e sua respectiva grafia. Por meio de associações visuais e fonéticas, os adultos ampliavam seu vocabulário e aprendiam a fazer correlações cada vez mais complexas.

Depois de cada lição, os grupos de estudantes faziam parte do que Freire chamava de “círculo de cultura”, espaço onde debatiam o significado dos termos que haviam aprendido. Era levando em conta a realidade social do aluno e seu lugar no mundo, porém, sempre debatendo de forma conjunta e compartilhada. O intuito era estimular o senso crítico nas pessoas e ensiná-las a “ler o mundo” para, então, poderem transformar suas próprias realidades. 

Para ele, o processo de educação passa pela formação dos alunos em cidadãos críticos, pensantes, sempre levando em conta que, ao chegar em um espaço de aprendizagem, cada pessoa possui uma bagagem formada pela sua experiência de vida. Portanto, segundo seu pensamento, os alunos não são folhas em branco a serem preenchidas, mas seres humanos únicos, de procedências diferentes e com caráter, cultura e história únicas. Assim, o dever do professor em sala de aula era de facilitar o acesso à informação e de possibilitar a criação ou o entendimento de conhecimento.

Freire entendia que o papel da educação era o de ensinar as pessoas a serem capazes de pensar por si mesmas e, assim, por meio da consciência, poderem conquistar a sua liberdade. Esse pensamento, bem como seu método de alfabetizar centrado na realidade do indivíduo, ganhou o Brasil e o mundo, fazendo de Paulo Freire referência internacional em educação. 

Pela eficiência e pelo tratamento humanizado aos alunos, o método Paulo Freire, assim como outros desenvolvidos a partir dos pensamentos do educador, se popularizaram e ganharam versões que estão presentes em grande parte das escolas brasileiras. Freire segue sendo muito estudado e discutido nos âmbitos da educação e, até hoje, influencia diretamente na formação de cidadãos que se tornam, a cada dia, mais conscientes de sua realidade e atuantes na missão de mudá-la. Afinal, como dizia o pensador, “o ser humano é um ser inacabado em processo constante de humanização”.

 

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